quinta-feira, 26 de março de 2009

Depressão

A Depressão é uma doença mental, que se caracteriza por um estado de tristeza prolongado, pelo desinteresse por todas as atividades em geral, inclusive as que anteriormente conferiam prazer e bem-estar, e também se caracteriza por um cansaço persistente, uma perda da chamada força anímica.
No entanto nem tudo é mau, a boa notícia é que esta doença tem sintomas, e se for reconhecida e tratada no seu inicio, rapidamente se recupera toda a energia, o sorriso, a força, e a vontade que até então se julgavam perdidas para sempre. Existe um dado interessante, a depressão é mais comum nas mulheres que nos homens, será a genética, as condições de vida adversas, o stress, a alimentação, o uso de drogas (medicamentos, álcool…)?…na verdade as causas da depressão são inúmeras e ainda muito controversas.
Quais são os sintomas?:

  • Perturbações no sono (insonia ou sonolência);

  • Irritabilidade;

  • Falta ou alteração da atenção;

  • Fadiga, cansaço;
  • Sentimentos negativos como sentir-se inútil, incapaz, culpado, ansioso;
  • Desinteresse, apatia, tristeza, ataques de choro;
  • Alterações do desejo sexual;
  • Afastamento dos amigos;

  • Enorme vontade de estar sozinho;

  • Fuga dos barulhos;

  • Auto-agressão.


Como em todas as doenças, o melhor é prevenir… mais uma vez aqui fica o conselho, vamos procurar tudo o que possamos fazer, ver, falar, e ouvir, tudo que nos dê prazer nos ponha um sorriso nos lábios… Às vezes basta uma planta carregada de lindas flores, uma fotografia no armário que costumamos olhar, uma música, que nos faz viajar aos bons momentos, um livro…enfim, tudo é válido se nos fizer sorrir. Experimente sorrir durante 1 minuto quando acorda….além de libertar serotonina (poderoso antidepressivo), vai ver como todo o dia lhe correrá melhor.

Laçador, Porto Alegre, RS, Brasil


O bêbado

Um cara vai no bar,ele bebe so cachaça forte ele diz pro garçom:
-Me dá uma cachaça a mais forte do bar!
O garcom traz, ele bebe e diz que a cachaca é fraca, deixando o garçom com raiva. Então ele dá uma cachaça com gasolina, pólvora e bala de revólver ao bêbado, que bebe e diz:-que delícia!
Outro dia, o bêbado volta e fala:-Me vê aquela cachaça daquele dia mas tira a bala de revólver porque peidei e matei meu cavalo.

A Máquina do Mundo


E como eu palmilhasse vagamente
uma estrada de Minas, pedregosa,
e no fecho da tarde um sino rouco

se misturasse ao som de meus sapatos
que era pausado e seco; e aves pairassem
no céu de chumbo, e suas formas pretas

lentamente se fossem diluindo
na escuridão maior, vinda dos montes
e de meu próprio ser desenganado,

a máquina do mundo se entreabriu
para quem de a romper já se esquivava
e só de o ter pensado se carpia.

Abriu-se majestosa e circunspecta,
sem emitir um som que fosse impuro
nem um clarão maior que o tolerável

pelas pupilas gastas na inspeção
contínua e dolorosa do deserto,
e pela mente exausta de mentar

toda uma realidade que transcende
a própria imagem sua debuxada
no rosto do mistério, nos abismos.

Abriu-se em calma pura, e convidando
quantos sentidos e intuições restavam
a quem de os ter usado os já perdera

e nem desejaria recobrá-los,
se em vão e para sempre repetimos
os mesmos sem roteiro tristes périplos,

convidando-os a todos, em coorte,
a se aplicarem sobre o pasto inédito
da natureza mítica das coisas,

assim me disse, embora voz alguma
ou sopro ou eco ou simples percussão
atestasse que alguém, sobre a montanha,

a outro alguém, noturno e miserável,
em colóquio se estava dirigindo:
"O que procuraste em ti ou fora de

teu ser restrito e nunca se mostrou,
mesmo afetando dar-se ou se rendendo,
e a cada instante mais se retraindo,

olha, repara, ausculta: essa riquezas
obrante a toda pérola, essa ciência
sublime e formidável, mas hermética,

essa total explicação da vida,
esse nexo primeiro e singular,
que nem concebes mais, pois tão esquivo

se revelou ante a pesquisa ardente
em que te consumiste... vê, contempla,
abre teu peito para agasalhá-lo.”

As mais soberbas pontes e edifícios,
o que nas oficinas se elabora,
o que pensado foi e logo atinge

distância superior ao pensamento,
os recursos da terra dominados,
e as paixões e os impulsos e os tormentos

e tudo que define o ser terrestre
ou se prolonga até nos animais
e chega às plantas para se embeber

no sono rancoroso dos minérios,
dá volta ao mundo e torna a se engolfar,
na estranha ordem geométrica de tudo,

e o absurdo original e seus enigmas,
suas verdades altas mais que todos
monumentos erguidos à verdade:

e a memória dos deuses, e o solene
sentimento de morte, que floresce
no caule da existência mais gloriosa,

tudo se apresentou nesse relance
e me chamou para seu reino augusto,
afinal submetido à vista humana.

Mas, como eu relutasse em responder
a tal apelo assim maravilhoso,
pois a fé se abrandara, e mesmo o anseio,

a esperança mais mínima — esse anelo
de ver desvanecida a treva espessa
que entre os raios do sol inda se filtra;

como defuntas crenças convocadas
presto e fremente não se produzissem
a de novo tingir a neutra face

que vou pelos caminhos demonstrando,
e como se outro ser, não mais aquele
habitante de mim há tantos anos,

passasse a comandar minha vontade
que, já de si volúvel, se cerrava
semelhante a essas flores reticentes

em si mesmas abertas e fechadas;
como se um dom tardio já não fora
apetecível, antes despiciendo,

baixei os olhos, incurioso, lasso,
desdenhando colher a coisa oferta
que se abria gratuita a meu engenho.

A treva mais estrita já pousara
sobre a estrada de Minas, pedregosa,
e a máquina do mundo, repelida,

se foi miudamente recompondo,
enquanto eu, avaliando o que perdera,
seguia vagaroso, de mãos pensas.
Carlos Drummond de Andrade
Este poema foi escolhido como o melhor poema brasileiro de todos os tempos por um grupo significativo de escritores e críticos, a pedido do caderno “MAIS” (edição de 02-01-2000), publicado aos domingos pelo jornal “Folha de São Paulo”. Publicado originalmente no livro “Claro Enigma”, o texto acima foi extraído do livro “Nova Reunião”, José Olympio Editora – Rio de Janeiro, 1985, pág. 300.

Pensamento do Dia

"Você é o único passado no meu presente que eu quero no futuro." Erenice Gonçalves